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Estudos

Nietzsche - Além do Bem e do Mal


O ponto de partida de Nietzsche no livro Além do Bem e do Mal é a verdade. Critica a “vontade de verdade” que impulsionou a filosofia ao longo do tempo, e diz que os questionamentos propostos a guisa desta vontade devem ser, por sua vez, também questionados. Nietzsche conclui que as questões até então se ativeram a investigar as causas que nos levam a desenvolver esta vontade, porém, propõe que seria melhor se o foco dos questionamentos fosse direcionado para o valor desta vontade.
O preconceito dos filósofos está em seu modo de julgar a fonte de cuja verdade emana. O ponto em que Nietzsche quer chegar é que os motivos que originam a busca da verdade pelos filósofos nem sempre são virtuosos e que a verdade pode ser originada até pela vontade de ilusão. A intenção desse ponto talvez seja apontar a falta de senso crítico das escolas filosóficas que adotam pressupostos dogmáticos, e pontos de partida inegáveis, que as prendem a uma perspectiva obtusa na explicação da verdade.
O instinto é o pano de fundo para as atitudes conscientes dos filósofos, como ele mesmo diz: “a maior parte do pensamento consciente de um filosofo é secretamente guiada e compelida a determinados rumos pelos seus instintos”. Nietzsche critica a idéia de neutralidade na busca pela verdade ao constatar que a atividade filosófica é guiada por valores pessoais, tratam-se de “exigências fisiológicas de conservação de uma determinada espécie de vida”.
A questão levantada anteriormente sobre a neutralidade e sobre as ficções lógicas que medem o mundo por meio dos números, serem “inverdades”, não negam o fato de elas serem necessárias, até imprescindíveis para a vida em sociedade hoje em dia, e que a renuncia a esses falsos juízos seria o mesmo que uma negação a vida, no entanto a ousadia da filosofia seria conceber esta inverdade, como condição da vida.
6 comentários | Postado por leandro Marcadores: nietzsche | edit post

6 comentários

  1. decio h on 29 de janeiro de 2010 às 01:08

    A neutralidade é uma falácia, e é também uma inverdade necessária (muitas vezes). A verdade absoluta é uma falácia também necessária, como um instrumento de dominação, se não pela força, pela ideologia. Em suma, os filósofos buscam impor a sua verdade aos demais.

     
  2. Anônimo on 29 de janeiro de 2010 às 20:05

    É esse o espírito, o esplêndido, o soberbamente esplêndido espírito da filosofia nietzscheana!
    EXCELENTE resenha! Tô assim... babando! ^^

    Realmente: a busca pela verdade nunca é a busca pela verdade e, sim, a busca pela conveniência (da verdade)! E é sempre assim e não apenas numa perspectiva macro. Nossos mais pequeninos (e por isso aparentemente insignificantes ou inofensivosa) atos estão permeados, infectados pela indispensabilidade de se obter (e sempre ilusoriamente) a tal conveniência, o conforto de se estar adequado à uma lógica. Perceba: o indivíduo tem percepção, ainda que inconsciente, dos seus "instintos" e cria uma lógica para adequar-se. Ou melhor, uma lógica para se adequar a ele próprio... E, em seguida, a impõe, na tentativa de torná-la irrefutável, mas, principalmente, para, no fim de tudo, ou antes de mais nada, fugir. Fugir de si, de sua "natureza" (?)...
    Eis o princípio e o fim de todo o problema! Nietzsche me emociona pela lucidez. Pela brutal lucidez. Podemos relacioná-lo a Marx e a Freud (pra dizer os grandes), e considerá-lo, sempre, com muitra tranqüilidade, o nosso mestre mor, por tanta sabedoria! A palavra certa é: DISCERNIMENTO! É a personificação do discernimento! rs ^^
    Não foi à toa que, o próprio Freud, no final da sua vida, ao perceber que tinha ignorado, por, talvez, preconceito, mas, certamente, por orgulho, os ensinamentos, as correspondências e as críticas de Nietzsche, declarou-se falho, errado.
    Ai, ai! Paixões! rs
    Voltando: sim, a neutralidade, as lógicas, a "numeralização" de tudo e de todos... Tudo necessário (?)... Talvez (!).... Não sei ... Mas penso às vezes que poderíamos até apontar para a conclusão de que a racionalização é o mal da humanidade! rs É isso o que Nietzsche me faz pensar. É o que leio nas entrelinhas.
    Enfim, a mensagem clara é que, no final das contas, tudo é mera ilusão!!

     
  3. Anibal Miguel on 29 de janeiro de 2010 às 23:33

    Penso que, aas vezes h'a uma troca entre verdade e realidade, equivale a dizer que eh f'acil imputar verdade ao que eh real, verdadeiro, concreto, palp'avel. O engodo est'a justamente a'i: "penso, logo, existo! (Descartes)
    Qual eh a verdade: Existo porque penso ou penso porque existo?

     
  4. Anônimo on 30 de janeiro de 2010 às 17:28

    E há quem duvide até do que é concreto, palpável! rs
    Aquela história de negação da existência e tudo o mais... Enfim... ^^
    É tudo filosofia bequista, como diria meu querido Décio! (L)

     
  5. decio h on 30 de janeiro de 2010 às 23:24

    :):)
    é o beco, sim.
    Mas, até agora (so far...), os filósofos em sua grande maioria não conseguiram governar o mundo, ou determinar os rumos dele. Ou estou errado demais? Aquele que está ganhando (em influência) será Lutero ou Calvino?

     
  6. leandro on 31 de janeiro de 2010 às 12:59

    Depende, não podemos nos esquecer de Maomé, e de que o ocidente é apenas uma versão da história, embora seja a versão economicamente vencedora.
    Devemos levar em conta como queria Niethzsce as cabeças pensantes que expurgaram a moral das relações sociais, um exemplo a nós tátil é o querido Kelsen.

    obrigado Fernanda, eu também acho que não dá pra fugir do impulso egocêntrico, talvez por isso o capitalismo tenha se adaptado tão bem a nossa moral individualista/protestante.

    e Aníbal, nesse blog tem um post que fala do Dogma da completude, é mais ou menos o que ainda penso sobre a verdade e as aparências, se lhe interessar de uma olhada.

     


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